Uma das experiências ....
Trabalho há 10 anos na Prefeitura Municipal de Campinas como professora de educação especial. No meu bloco de trabalho tenho 3 escolas pelas quais sou responsável pelo apoio a pais e professores para que o processo de inclusão ocorra com sucesso.
A primeira etapa é trabalhar com a comunidade escolar a conscientização da inclusão , dos desafios e principalmente dos benefícios para a PNE.
A partir da identificação dos alunos, temos que ter um diagnóstico médico que comprove a deficiência, a síndrome ou o transtorno. Após a identificação levantamos a bibliografia a respeito para a professora da sala do PNE e também colocamos a disposição da comunidade escolar.
Discutimos juntas as propostas de trabalho com aquele aluno, objetivos a serem alcançados e enfim as estratégias que serão usadas desde a socialização da sala, como os conteúdos desenvolvidos. Esta proposta fará parte do projeto político pedagógico da escola.
Dependendo do diagnóstico observamos se tem um atendimento especializado paralelo para complementar a escola, caso não tenha buscamos este atendimento nas instituições que são parceiras.
Depois disso vamos construindo junto com a professora um trabalho semanal e podemos ir buscando juntas as possibilidades para o desenvolvimento da criança.
Na educação infantil o trabalho é maior quanto a autonomia e a socialização. No ensino fundamental o trabalho se torna mais intenso nas propostas de atividades para que o aluno atinja os objetivos de tal série.
Por exemplo tivemos uma aluna com síndrome de down. Primeiro levantamos a bibliografia sobre a síndrome de down, propostas de trabalho e junto com a professora elaboramos algumas atividades.
Começamos com a sensibilização das crianças a respeito de que somos diferentes: cor de cabelo, cor de pele, altura, cor de olhos, o que mais gosta. Depois pedimos que se desenhassem e também observamos que os desenhos eram diferentes.
Levantamos a necessidade de se respeitar essas diferenças. Lemos histórias que ressaltam o respeito as diferenças. Lemos, discutimos e sistematizamos com textos coletivos.
Também lemos o livro meu amigo down, as crianças gostaram e identificaram sua amiga, acharam legal ela ter um livro sobre ela.
Um comportamento que ocorre bastante na educação infantil é a superproteção de algumas crianças em relação a PNE, tendem a tratá-los como bebês. Isto também foi sendo trabalhado.
Todas as atividades que eram desenvolvidas pela professora como: desenhos, pinturas, brincadeiras, leitura de histórias e sua sistematização, chamada com crachá, identificação do nome, tentativa de copiá-lo, cantinhos dos brinquedos (jogos de encaixe, quebra cabeça, casinha, carrinhos, etc.) eram desenvolvidas por todos os alunos. Principalmente na questão da autonomia no inicio do ano ela não ia ao banheiro sozinha, por isso estabelecemos na sala um sistema de apoio, toda vez que ela pegava o crachá do banheiro a ajudante do dia a acompanhava, no primeiro momento ajudando, depois observando até que chegou o momento de deixá-la ir sozinha.
Na educação infantil um dos objetivos é trabalhar com o aumento de vocabulário, por isso trabalhamos com álbum de figuras. Estas figuras tinham relação com o tema que estaria sendo trabalhado (tema gerador do projeto) e algumas vezes falávamos todos os nomes das figuras na roda contribuindo para a dicção de todos os alunos. Também através das músicas, da roda da conversa, da caixa surpresa ( atividade que cada aluno coloca a mão em uma caixa e tenta adivinhar o que tem dentro, o aluno que trouxe pode dar dicas) e da socialização da história do livro que foi levado para casa através do projeto biblioteca.
Infelizmente não estou autorizada a colocar fotos desses momentos, mas foi muito enriquecedor para toda a turma...
Olá Debora!
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho desenvolvido.Representa possibilidades reais de inclusão.
Suas postagens estão muito interessantes.
Abraços
Cíndia